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Não existe nada mais excitante do que duas mentes que se conectam. Boom de informações, trocas de experiências aliadas à sensações físicas. Gozo, gemidos e suor junto a conversas que levam a algum lugar. Ideologias que não pagam nossas contas, mas que nos dão tesão pela vida, e são completadas com noites quentes regadas a cerveja barata, cigarros e hematomas na manhã seguinte. Me entregar pra ti, enquanto o Jimmy Reed cantarola, te chupar de manhã enquanto todos eles dormem, e eu amenizo minha ressaca no teu corpo que tem gosto de amor barato.

Eu lembrei de ti
Eu lembrei de ti, dizem que os cancerianos são feitos de memória. Minha memória mais forte é sobre a intensidade e a força que tu me pega. Como em Harvest the Moon -i wanna see you dance again - quero ver teu corpo dançando sobre o meu, quero sentir tua língua em devaneio sobre minhas coxas quentes, num movimento lento e suave onde minha pele estremece. Com olhos de tesão, em pensamento, eu te imploro -me fode! Também quero te sentir, gosto do teu gosto, gosto do cheiro que inebria da tua pele quente e macia. Me perco em pensamentos molhados, que me tiram o sono a cada vez que eu lembro do teu gozo, minha boca saliva e minhas pernas tremem a casa minuto que eu lembro da hora em que estou entre as tuas coxas. A efemeridade dos momentos, as risadas etílicas e as tímidas confissões movidas a álcool dão sentido na vida. Dizem que o amor move as pessoas, mas o sexo sim! Sexo move, muda a gente de cidade e o acoberta o orgulho e o ego. Cada hipotálamo é único, cada trepada tem um gosto diferente, e hoje eu lembrei de ti. Lembrei da tua trepada, lembrei das tuas mãos grandes, que me batem e acalentam em abraços aconchegantes, que embora possam ser superficiais é o que eu desejo agora e me fizeram lembrar de ti. Nunca fui nenhum Nelson Rodrigues implorando uma foda através das letras, mas o desejo que escorre entre as pernas nos torna poetas. Vamos, baby? Me deixa te levar pela mão e esquece o mundo lá fora -esquece, não pensa mais- hoje não é dia 36, mas me dá a chance de ter mais uma chance de te mostrar que tu podes fazer comigo nessas poucas horas, o que tu quiser. Realiza com meu corpo minhas fantasias mais insanas e transcende a minha mente com idéias revolucionárias e me deixa provar o quanto o meu tesão é sincero. Vamos?

Novos Beatniks
Jimmy reed tocando, o tempo é quente e ela sempre teve queda pelo desconhecido e pelos desconhecidos. ele demora, ela detesta esperar, a instantaneidade da vida moderna é aliada dos ansiosos, mas a pontualidade nunca foi o forte dele. mais um cigarro, outro gole de vinho, mais um pouco de perfume, ela não tinha certeza se ele fumava, a boa memória nunca foi o forte dela. a campainha toca, sorrisos e cumprimentos espontâneos, afinal as longas conversas online foram suficientes para não haver constrangimentos. a maneira como ele fala, a maneira como ele olha pra os olhos dela e para o teto quando divaga sobre algo que parece longe e inalcançável. eles são inconformados com a maneira como o mundo anda, a forma como a humanidade caminha pro próprio abismo. após diversas taças de vinho que por fim viraram goles na garrafa eles se auto intitulam novos beatniks. não viveram na época em que gostariam, não saíram para beber com allen ginsberg, nem tão pouco fizeram happy hour com rimbaud, mas sabem que as poucas cabeças pensantes estão nos seus convívios. brindam à vida, brindam ao dia de amanhã, ao agora e ao passado que fez serem quem eles são. ela fala sobre amor livre, ele concorda, ambos pensam que é mentira, eles sabem que é mentira, e que a monogamia apesar de um tabu paira na cabeça e no coração de ambos. o modo aleatório se responsabiliza por colocar outros discos. 1971. sticky fingers, i got the blues, ela não presta atenção no que ele fala, a música fala por si só. que música! ninguém é de ferro, ela olha os cômodos da casa, imaginando em quais deles eles vão foder. na mesa, no chão, na cama, no sofá, na cadeira e no corredor. o tesão vem das palavras e ver ele divagando sobre gostos em comum e pontos de vista tão distintos era excitante demais. sempre se apaixonou por grandes pensadores, vários músicos e alguns poetas. a paixão era seu forte, ou seu ponto fraco, que amanhã não desse em nada, mas aquela noite seria dele. e foi. deleitaram-se como se fosse o 20º encontro, simetria de corpos, encaixes perfeitos, pegadas fortes e intervalos longos entre beijos que faziam o corpo dela tremer. beijos, língua, gemidos e lambidas por o corpo que naquela noite seria dela, ela chupa, suga e aproveita o seu gosto enquanto os olhos deles reviram-se. tomado pelo tesão e pelo calor que fazia na pequena sala, ele debruça ela sobre a poltrona penetrando fundo, de primeira. o sexo era macio, intenso, quente, com gosto de vinho e corpo. o corpo dele tinha um cheiro e um gosto próprio, que nem no mais inspirado texto ela saberia descrever. passam pro sofá, por fim pra cama. ela toma conta da situação, cavalga enquanto pede que ele lhe bata, sem haver estranheza da parte dela ela se delicia com tapas, puxões de cabelo enquanto ele penetra cada vez mais fundo e mais forte. apertando seu peito, enquanto a outra mão puxa seu cabelo, ela goza. goza nele. goza pra ele e se satisfaz com o sorriso sincero que ele demonstra. ele deu prazer pra ela. se a vida se encarregasse de nunca mais unir os dois, ele a fez gozar. mas ela quer mais, ela quer o gosto dele pra ela e como troca de pensamentos ele pede pra gozar na boca dela. ela topa, ela quer, ela gosta. o deleite de dar prazer é tão prazeroso quanto a lingua dele percorrendo o corpo dela como um beijo de despedida. e foi a despedida, o destino, a vida, o orgulho ou outros parceiros se encaminharam de desunir da cama, do sofá e da poltrona o que estava sexualmente ligado. ele ainda pensa, ele ainda espera a mensagem e ela ainda alimenta suas punhetas. ela pensa, espera e ainda tem o cheiro dele na blusa que pele menos serve de afrodisíaco para quando dá prazer a si mesma.

eu ainda te desejo
a cada noite de sexta
a cada tarde preguiçosa de domingo
a cada entardecer de quarta
ainda tenho o teu cheiro na minha roupa
que provoca tesão espontâneo a cada lembrança
lembrança do tato, dos beijos longos e do sexo forte
não posso exigir dos outros aquilo que não possuo
mas quero teu corpo
junto ao meu
me pegando por trás
enquanto segura meu cabelo
junto aos olhos que seguem os meus
enquanto aperta minha mão e entra mais fundo
a sincronia dos movimentos
a delicadeza e força com que tu me pegas
me fazem estar sempre na tua mão
no meio das tuas pernas, de onde não quero sair tão breve
deita aqui, esquece o amanhã
provavelmente eu não vá te ligar
mas eu ainda te desejo
essa noite.

os hematomas que ficaram nas minhas costas fazem lembrar da força com que ele me pega. os roxos que tenho nos braços são apenas reusltados de noites quantes, suadas e dotadas de gemidos. como hemingway para gellhorn ele mantinha diálogos complexos e falava com os olhos. nunca consegui pôr em prática fetiches, nem longos diáologos, minha mente voava longe, mais objetivamente para dentro de suas calças a cada palvra que ele pronunciava com aquele sotaque oriundo dos anos 60. das cenas mais bonitas que vi nos últimos dias, nada supera o sorriso que mostra satisfação cada vez em que lhe chupo, sorrisos sinceros de satisfação são misturados a olhos virados a cada vez que ele coloca mais fundo, da maneira que eu gosto. toda a confusão mental, a apreensão dos dias corridos ficam da porta pra fora quando ele levanta minha saia e se deleita com meu gosto. queria poder morar sob teus ombros, te afagando os cabelos e ser sócia da tua língua entre as minhas coxas, te sentir tão dentro num movimento contínuo como uma dança cigana que me faz enxergar o melhor lado da vida. sol em câncer, lua em gêmeos, nos faz sentir demais, e o tesão também é sentir, talvez um dos mais sinceros sentimentos.

Vem
Não te quero com meu lado romântico e utópico, nunca quis, aliás.
Te acho lindo, confesso. Linda a maneira que tu falas, a maneira como enxerga o mundo e como dorme.
Romantismos à parte, ainda te quero.
Quero tua companhia, tuas piadas sem graça e teus devaneios.
Quero teu corpo, ainda.
Eis a parte que mais me encanta. Do cabelo aos pés.
A forma como tu te moves e como nos movemos juntos.
Tesão. Suor. Gemidos.
Gosto da forma que me pega, que me come, me bate e por fim, me abraça.
Gosto das pessoas livres, livres como eu, mas que no meio de bilhões de seres humanos me escolhem a dedo.
Te escolhi a dedo, pra conversar, pra beber, pra fumar, pra fuder.
Sejamos livres, todas as pessoas são, mas por poucas horas quero te sentir.
Sentir teu pensamento transcender, tuas palavras e teu corpo junto ao meu
Ligado, dentro
Profundo e inebriante.

sobre o amor
Faz amor comigo, só por hoje
Amor, não de sentimento
Amor, de fazer sexo lento
Sexo melado, suado, devagarinho
Ouve Edith Piaf comigo
Toma aquele resto de bourbon
e fala sobre a vida
sobre o quanto o drama traz beleza
sobre o quanto a fossa produz arte
sobre o quanto a vida é bela
e o quanto a nossa preguiça é boa
Deixa a cortina entre aberta
Deixa entrar sol
pra eu ver ele refletido nos teus olhos,
que se fecham, enquanto sua boca se abre
num sorriso tímido e satisfeito, que diz
me chupa mais
Aperta minha mão
e Goza!
Goza a vida
Goza no meu corpo
Goza para a vida
e observa depois, enquanto
teu cigarro queima
o quanto fazer amor
também é bom